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Mudámos de cidade!




Resolvi escrever para não esquecer, para daqui a uns meses/anos me reler e relembrar o porquê desta mudança. 

Mudámos para o Dubai... Não! Não, apenas subimos mais uns km em Portugal, estamos a viver em Leiria!

Esta ideia surgiu de mansinho no final do ano passado. Natal, tempo de família, de valorizar o dar e receber, de estar presente. E com a virada do ano, em reflexão, balanços e resoluções de ano novo lá continua a ideia, como uma dedada nos óculos, que temos preguiça de limpar mas nos turva a visão do que está mesmo à nossa frente. Mas porquê? Porquê mudar? Porquê esta ideia agora? Um turbilhão de questões e emoções. 

Eu vivia em Lisboa desde os 18 anos, tenho 36 é fácil fazer as contas. Mas as viagens a Leiria eram constantes, claro, é onde está o núcleo duro da família, tanto minha como do Vasco. E chegámos ao cerne da questão: os avós, a família, os amigos de longa data.



Não vou dizer que não houve outras fases em que esta ideia me passou pela cabeça, claro que sim! Sobretudo em momentos mais difíceis, em que te apetece esquecer que já és adulta e independente e só queres fugir para o conforto do colo da mãe. E sobretudo quando pensava ter filhos e a insegurança me apavorava. Mas agora? Agora que a mais velha tem 7 e o mais novo 4 anos? Que já passou a fase de bebé, de maior dependência, de exaustão (sobretudo quando o 2º filho não te deixa dormir uma noite seguida ao longo de 3 anos). Agora que tudo corre sobre rodas. Que os teus filhos estão super bem na escola. Que te divides entre as tuas paixões (Si Atelier e Mary Kay) e ainda te aventuras com o teu marido a gerir uma casa de alojamento local no coração de Lisboa. Tens amigos, ajuda em casa (que te permite continuar com sanidade mental), vida social q.b., e vives numa cidade cada vez mais bonita e desenvolvida. E vais lançar tudo para o ar? Mas qual o propósito? Para quê chocalhar as águas?

Bom! Na verdade, acho que a acendalha desta fogueira foi a necessidade de trocar de casa. A casa onde morávamos era um T2, que se foi-se moldando à nova realidade familiar e até às mudanças profissionais. O Vasco, cada vez mais, trabalhava a partir de casa, para conseguir dar mais apoio familiar e otimizar o seu tempo. A sala lá de casa tornava-se facilmente em sala de conferências, atelier de joalharia, quarto de brincar, sala de jantar, e até local de workshops de maquilhagem, quase em simultâneo. Hehe!  A procura de nova casa já durava há anos, mas a verdade é que nos acomodamos à casa, à rua, ao bairro, e tudo o que víamos por ali, ou não nos agradava, ou era fora do nosso alcance financeiro. Então resolvemos por tudo em perspetiva. E se mudássemos de bairro? E porque não de cidade? Na verdade, nesta fase o nosso trabalho permite-nos essa flexibilidade, e com os miúdos pequenos facilmente se adaptariam. Então foi por os prós e contras na balança e durante 2/3 meses andámos em período de reflexão. E como mais vale arrepender-mo-nos do que fazemos do que daquilo que não fazemos lá traçámos o plano e começámos a fazer acontecer. E foi incrível (continua a ser!) como as peças deste novo puzzle se foram encaixando. Vende casa, procura casa, compra casa, projeto de remodelação, obras (quero muito fazer um post sobre este tema). E após 2 meses a saltitar entre a casa dos avós e casa de férias, felizmente que era verão, lá nos instalámos num novo lar, numa nova cidade, junto da família.

E como é viver perto dos avós, dos tios, dos primos, dos amigos do coração? Têm sido maravilhoso! Dar a oportunidade aos meus filhos de crescerem junto dos avós só podia ser uma boa decisão. E termos a oportunidade de, também nós, dar-mos apoio aos nossos pais vale ouro. Quero muito, nesta nova realidade, aprender a pedir mas sobretudo aprender a dar mais de mim, genuinamente. Mais tempo, mais amor, mais atenção. Sei que para isso também preciso de estar bem comigo, isso só depende de mim, e estou no sitio certo.

E medos, não há? Não foi nenhuma mudança assim tão radical, nem sequer mudámos de país, mas acho que o que mais me amedronta é a ideia do “voltar às raízes”, como se tivesse a dar um passo atrás e claro que queremos sempre seguir em frente. Por isso, vemos esta decisão como nada de definitivo, até porque as coisas no mundo profissional podem mudar, não podemos dar nada como garantido. Por outro lado, no meu caso, sabendo que temos mais apoio com os miúdos permite-me sonhar mais alto. Tenho grandes planos para a Si Atelier, mas a seu tempo vos direi.

Agora vou ali por um lembrete na agenda para ler isto todos os meses e relembrar-me do porquê? De parar para avaliar o presente. E de tomar consciência que podemos sempre recomeçar se assim o quisermos.

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